domingo, 24 de outubro de 2010

Unidades Biostratigráficas

Ramo da estratigrafia que resulta da organização de corpos líticos, em unidades, designadas essencialmente a partir da distribuição de fósseis e do seu conteúdo, ou seja, a idade da camada geológica é dada através do tipo ou espécie de fósseis que lá são encontrados. Por exemplo se se encontrar um fóssil do Jurássico superior na camada, pode-se afirmar que a camada corresponde a esse Período.
Este tipo de unidades possui algumas diferenças em relação às outras, esta baseia-se na distribuição irregular dos fósseis nos sedimentos e mostra mudanças evolutivas significativas ao longo do tempo.
Biozona é uma unidade estratigráfica caracterizada pelo seu conteúdo fossilífero e esta designa-se a partir do seu taxon.
Existem diferentes tipos de biozonas, estando todas elas definidas a partir nos fósseis:
  •       Zona de conjunto ou cenozona (Conjunto de camadas em que o conteúdo de fósseis, constitui um conjunto natural que o distingue das camadas adjacentes. Fundamentam-se em qualquer tipo de fósseis que viveram, morreram ou se acumulam em conjunto);
  •        Zona de extensão vertical ou acrozona (Conjunto de estratos representativos da distribuição (espacial e temporal) total da ocorrência de qualquer unidade taxómica seleccionada do conjunto de formas de uma sequência estratigráfica); Zona de extensão vertical simples (Conjunto de estratos que representam a totalidade de ocorrência vertical e horizontal dos fósseis de dado taxon); Zona de extensão vertical composta ou concomitante; Zona de oppel; Filozonas ou Zonas Filéticas (Conjunto de estratos que contêm espécies que apresentam um segmento de linha evolutiva marcada a cima e abaixo por mudanças de características. Bom significado temporal);
  •       Zona de acme ou apogeu (Conjunto de estratos que representam o máximo desenvolvimento, ou acme de um taxon. Dificuldade de caracterização, significado temporal e designação a partir do taxon definido)
  •       Zona de intervalo (Conjunto de estratos situados num intervalo entre dois biohorizontes).




Correlações feitas a partir da existencia de fósseis nas camadas



Bibliografia:
      Desconhecido. (2010). Retrieved from:  http://pt.wikilingue.com/es/Bioestratigraf%C3%ADa       Desconhecido. (2010). Retrieved from: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioestratigrafia desconhecido 2010
      Silva, C.M. da (2008) - Temas de Paleontologia: Fóssil índice. Retrieved from: http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Indexpal.html
Imagem:
Desconhecido. (2008). Retrieved from http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzZNS8evtuI_F3JYml1y8GIjvgspeu5PqjKOMEBAiP3oazCL8JjpFv4ltbTJdHFZjnayyV1a7jqN4iMoUihnnPFD2SgjOamSU6iowmCm3X5D77b4qKSb0H0cIAU7R5NirLOdc-X3uxCQEL/s1600/ficha_31%255B1%255D.jpg&imgrefurl=http://planetarochoso.blogspot.com/&usg=__Sr_trqUzNIoHy8Qb1ln1gYFVRM0=&h=319&w=400&sz=69&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=j359cljkB4usYM:&tbnh=116&tbnw=145&prev=/images%3Fq%3Dunidades%2Bbiostratigraficas%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26biw%3D1259%26bih%3D550%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=234&ei=JrsYTZbEONCo8QPLnvSEBw&oei=JrsYTZbEONCo8QPLnvSEBw&esq=1&page=1&ndsp=21&ved=1t:429,r:4,s:0&tx=88&ty=43

Estratótipos

Estratótipo caracteriza-se por uma sequência de camadas rochosas obtida da unidade que representa, sem descontinuidades, boa exposição desde a base até ao topo, devendo mostrar variações laterais de fáceis. Servem de referência e são usados na caracterização de unidades estratigráficas patorizáveis.
A sua descrição geográfica e geológica tem que incluir a localização geográfica, meios de acesso, espessura, litologia, paleontologia, mineralogia, estrutura e expressão morfológica.
Existem estratótipos simples e complexos, os simples possuem um único corte ou secção estratigráfica, enquanto que os compostos são formados por vários intervalos de secções estratigráficas.
Os estratótipos podem-se dividir em 5 tipos, os estratótipos Holotratótipo (original definido pelo autor quando se estabelece a uma unidade ou a um limite), Parastratótipo (estratótipo elementar utilizado pelo autor original para completar a definição do tipo de estratótipo referido anteriormente), lectostratótipo (posteriormente utilizado devido à inexistência de um estratótipo original bem denominado), Neostratótipo (novo estratótipo escolhido para substituir um antigo ou um rejeitado) e Hipostratótipo (complementa a informação de cada camada ou limite noutras áreas geográficas ou com diferentes fáceis do holostratótipo).





Parte de uma tabela de estratótipos


Bibliografia:
      Brissos, João. (2008). Retrieved from:  http://geostoriaestpal.blogspot.com/2008/10/estrattipos.html    
      Desconhecido. (2008). Retrieved from: http://estpal08.blogspot.com/2008_10_01_archive.html
Imagem:
Quininha, Mariana. (2008). Retrieved from: http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6f_2PNXOhoMqX-E04ISFF9CySuCRacLOusIMdo6_7kOphvcTakGiY15W9KrJSeyWIliV6ob3EtroAt7Eba82e5aC7KGGoCsB3AfVkG675xZ3zdF2nPRzueiz7kmUPdqWD4hErDyiCxIQ/s400/1.jpg&imgrefurl=http://estpal08.blogspot.com/2008_10_01_archive.html&usg=__avqj1TIX5FwrDxfLZ3NsovkHx10=&h=172&w=400&sz=19&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=zeKThZOsnS5R5M:&tbnh=66&tbnw=153&prev=/images%3Fq%3Destratotipos%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26biw%3D1259%26bih%3D550%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=312&ei=h7wYTY-rNMag8QOluNCGBw&oei=h7wYTY-rNMag8QOluNCGBw&esq=1&page=1&ndsp=21&ved=1t:429,r:2,s:0&tx=104&ty=69

Paleoambientes

As rochas sedimentares permitem reconstruir os ambientes antigos, paleoambientes, existentes no momento da sua formação, determinar as condições atmosféricas, a fauna e a flora. Os ambientes sedimentares onde se deu a formação das rochas (fáceis) podem ser terrestres, de transição ou marinhos. Os terrestres são, por exemplo, lacustres e glaciares, os de transição são os lagunares e as estuarinas, enquanto que os marinhos são os litorais, neríticos e batial.
No estudo dos paleoambientes são importantes os fósseis de ambiente ou fósseis de fáceis. Estes caracterizam-se por pertencerem a seres que não sofreram evolução ou apenas pequenas modificações ao longo das épocas e por ocuparem ambientes restritos.


Vários ambientes sedimentares

Bibliografia:
    Desconhecido. (2003-2010). Retrieved from: http://www.infopedia.pt/$paleoambientes
    Reis, Jorge; Lemos, Paula; Guimarães, António (2008) – Biologia e Geologia Preparação para o Exame Nacional, 1ª edição, Porto Editora, Porto
Imagem: Desconhecido. (2010). Retrieved from: http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0_sLYaj4Lvfjq7xr7wjLW1Aql17BaBS0gMIY52mQu-44pm7OQD6VYS9F5E9mp08_QF-CoBl0f2MTWRolMdaF6zuPYZ75Xu8PYdwAOJD8joJMJvqPzB6NcO7ff7kRT9jYRN-YSw40juIs/s400/paleoambientes.jpg&imgrefurl=http://bioterra-catarina.blogspot.com/2010/04/paleoambientes.html&usg=__bUV3OpqAz1gZuWlJlrcerjsQ6ok=&h=281&w=400&sz=40&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=XOao1WKvx5dQCM:&tbnh=121&tbnw=172&prev=/images%3Fq%3Dpaleoambientes%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26biw%3D1259%26bih%3D550%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=406&ei=Xr0YTYuAJIep8QP6_b2HBw&oei=Xr0YTYuAJIep8QP6_b2HBw&esq=1&page=1&ndsp=20&ved=1t:429,r:3,s:0&tx=84&ty=29

sábado, 9 de outubro de 2010

Estratigrafia - breve introdução


                A estratigrafia é um ramo da geologia que se dedica ao estudo de rochas estratificadas que constituem a superfície terrestre, incluindo acontecimentos que modificam a forma, estrutura e natureza dos estratos ou camadas. A sua investigação passa pela sucessão de rochas sedimentares que formam a coluna estratigráfica, pela subdivisão e diferenciação da coluna em camadas ou estratos e pela identificação da camada rochosa devido à observação de acontecimentos físicos e biológicos.

                A estratigrafia também estuda os variados métodos de datação dos eventos geológicos (rochas sedimentares e outras) e é responsável pela nomenclatura usada para classificar grupos de rochas.
                Um estrato é uma unidade rochosa que se estende como camada de uma superfície de acumulação, é delimitada por duas superfícies, o tecto (o estrato que fica por cima) e o muro (o estrato que fica por baixo). Os estratos possuem uma classificação de acordo com certas unidades, unidades cronoestratigráficas (época de formação), unidades litoestratigráficas (composição) e unidades bioestratigráficas (conteúdo paleontológico).

Afloramento de Rochas – Mostra a Estratificação




Bibliografia:
      Desconhecido. (2001). Retrieved from http://visitas.unb.br/ig/glossario/verbete/estratigrafia.htm
      Desconhecido. (2008). Retrieved from http://emidiv.com.br/mundo/tecnologia/1637-estratigrafia-geologia.html
      Desconhecido. (2003). Retrieved from http://www.infopedia.pt/$estratigrafia
      Desconhecido. (2010). Retrieved from http://pt.wikipedia.org/wiki/Estratigrafia
Imagem: Desconhecido. (2010). Retrieved from: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rock_Strata.jpg

Coluna Estratigráfica

A coluna geológica ou estratigráfica é uma representação de sequências rochosas através de perfis geológicos e da síntese dos dados desses perfis, ou seja, é um diagrama que retrata a relação cronológica das rochas de uma região, exibindo unidades estratigráficas, feições intrusivas, superfícies de discordância, etc . Outra forma de representação é o log litoestratigráfico vertical onde se representa a sucessão das camadas e as suas espessuras, associando a cada unidade ou sub-unidade uma sinopse descritiva dos tipos de rochas e dos processos geológicos. As colunas estratigráficas são utilizadas para fazer correlações de diferentes rochas em determinadas regiões.
                A coluna geológica constitui um dos argumentos mais fortes a favor da evolução. Em geral, os organismos mais simples são encontrados nas camadas superiores e inferiores, enquanto que organismos mais evoluídos são apenas encontrados em camadas superiores. À medida que as camadas se foram depositando devido à gravidade, aprisionaram organismos que posteriormente se fossilizaram.
                É pouco provável encontrar uma coluna geológica completa, elas são feitas pacientemente, à medida que os paleontologistas comparam sequências de fosseis entre si. Frequentemente estão ausentes algumas camadas da coluna. As camadas inferiores, as que supostamente foram depositadas primeiro, situam-se na base da coluna, e as mais recentes no topo. Por exemplo, nos Estados Unidos o Grand Cayon sofreu uma intensa erosão fazendo com que se verifica-se camadas excepcionalmente espessas numa parte significativa de cada coluna geológica.
                 As descobertas estratigráficas são muito importantes para o conhecimento científico relacionado com a história da Terra e a evolução da vida. Através destas formou-se uma escala do tempo geológico e esta assiste como referencial temporal para a Geologia e Paleontologia. A partir dos glaciares, das variações orográficas, das mudanças climáticas, do aparecimento, da evolução e da extinção das espécies que são registados nos estratos conseguiu-se formar um calendário geológico.
Coluna estratigráfica
  


Bibliografia:
Ariel A. Roth. (2010). Retrieved from http://dialogue.adventist.org/articles/15­1_nota_p.htm
Desconhecido. (2001). Retrieved from http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/coluna_geologica.htm
Reis, Jorge; Lemos, Paula; Guimarães, António (2008) – Biologia e Geologia Preparação para o Exame Nacional, 1ª edição, Porto Editora, Porto
Imagem:
Desconhecido. (2010). Retrieved from http://files.tiraduvidas.webnode.com/200000164-705737151a/2.JPG

Datação Relativa e Radiométrica e Princípios Estratigráficos

Pela determinação da idade relativa dos diferentes estratos rochosos e da idade absoluta das rochas pelos métodos de datação radiométrica, conseguiu-se fazer o levantamento da história geológica do nosso planeta. A datação relativa é feita recorrendo a princípios básicos da estratigrafia, como por exemplo, o princípio da sobreposição dos estratos, enquanto que a datação radiométrica é baseada na medição da abundância relativa de certos radioisótopos nos materiais rochosos. A partir destes dados, é possível fazer a elaboração de escalas de tempo geológico. Estas apresentam várias divisões do tempo geológico (das mais alargadas para as subdivisões mais pequenas: eons, eras, períodos e épocas). As transições entre as diferentes divisões correspondem a alterações significativas da biodiversidade ocorridas no passado e testemunhas pelo registo fóssil.
                O estudo dos fósseis permitiu e permite à datação relativa de estratos fazer uma coluna estratigráfica pertencente a uma sequência estratigráfica, através de diversos princípios, como o princípio da sobreposição, da continuidade lateral, da idade paleontológica, da intersecção e da inclusão.

Princípio da sobreposição Numa sequência de estratos em que não ocorreu alteração das posições de origem, qualquer estrato é mais recente do que aquele que recobre (muro) e mais antigo do que aquele que o cobre (tecto). Por vezes, surgem superfícies de descontinuidades onde ocorreu a eliminação de determinados estratos devido à erosão, por exemplo.
 


 
Esquema interactivo que mostra o princípio da sobreposição explicado em cima.
 

Princípio da continuidade lateral Os estratos ou camadas podem ser mais ou menos espessas consoante as condições de sedimentação do local. Permitindo assim datar sequências de estratos idênticas em colunas estratigráficas de dois lugares afastados, (mesmo que ambos os estratos tenham diversas dimensões). Contudo isto só se verifica se as sequências de deposição forem semelhantes.

Correlação de camadas distantes

Princípio da identidade paleontológica Estratos que tenham conjuntos de fósseis semelhantes e que sejam pertencentes a colunas estratigráficas diferentes possuem a mesma idade relativa. Os fósseis de idade permitem determinar a idade relativa dos estratos e este são bons quando, enquanto organismos, viveram numa grande expansão geográfica e durante um curto período de tempo. Estas características permitem uma boa correlação de camadas.


Dois ou mais estratos apresentam a mesma idade se ambos possuírem o mesmo fóssil de idade


Princípio da intersecção Este princípio afirma que qualquer estrutura que intersecte vários estratos é mais recente do que eles.

Princípio da inclusão - O princípio da inclusão refere que os fragmentos de rocha incorporados num dado estrato são mais antigos do que este.  


Esquema com ambos os princípios

Outro princípio estratigráfico é o princípio do actualismo. Este afirma que as características da Terra resultam de processos antigos semelhantes aos que se verificam presentemente, ou seja, as alterações que o planeta sofreu ao longo do tempo resultam da acção dos mesmos agentes que a alteram actualmente, no entanto pode haver variação da intensidade da acção. Em suma, “o presente é a chave do passado” (afirmação inicialmente feita por James Hutton - 1785 - e mais tarde aprofundada por Charles Lyell - 1830).

Fenómenos que existem actualmente podem explicar o que aconteceu no passado.

Bibliografia:

      Reis, Jorge; Lemos, Paula; Guimarães, António (2008) – Biologia e Geologia Preparação para o Exame Nacional, 1ª edição, Porto Editora, Porto
      Desconhecido. (2007). Retrieved from http://www.slideshare.net/locabandoca/idade-relativa-e-idade-radiomtrica
Imagens:
Desconhecido. (2003). Retrieved from http://www.infopedia.pt/$principio-da-sobreposicao
Lemos, Joana. (2010). Retrieved from http://jlemos-estpal2010.blogspot.com/